Capa do livro: Um Olhar Sartreano Sobre O Grande Sertão: Veredas - O outro: Promessa de me Constituir - Semeando Livros, Sebastião Trogo - Tradutora: Christiane Elisa Maria Depooter

Um Olhar Sartreano Sobre O Grande Sertão: Veredas - O outro: Promessa de me Constituir - Semeando Livros

Sebastião Trogo - Tradutora: Christiane Elisa Maria Depooter

    Preço

    por R$ 149,90

    Ficha técnica

    Autor/Autores: Sebastião Trogo - Tradutora: Christiane Elisa Maria Depooter

    ISBN v. impressa: 978853629391-2

    ISBN v. digital: 978853629437-7

    Acabamento: Brochura

    Formato: 15,0x21,0 cm

    Peso: 414grs.

    Número de páginas: 334

    Publicado em: 13/02/2020

    Área(s): Literatura e Cultura - Diversos

    Versão Digital (eBook)

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    Sinopse

    O texto faz uma leitura do Grande Sertão: Veredas, guiado pela bastardia de Riobaldo – criador e destruidor de pais, que encarna a figura do medo – e pela coragem de Diadorim – o defensor e vingador do pai. Os dois projetos contrapostos têm no amor não consentido o elo de sua realização. São dois projetos que não podem vingar juntos. O projeto amoroso, embora não tenha a morte como finalidade, não pode ignorá-la como fim do amor.

    A trama do olhar entre o destruidor e o vingador de pais só ganha sentido se remontarmos à sua própria gênese, ao imaginário de Guimarães Rosa. O olhar define dois momentos-limites da presença: o olhar objetivante, que transforma o outro em escravo, e o olhar objetivado, que consente na prisão imposta pelo outro. Em ambos os casos, retrata-se a mesma ambiguidade desse movimento de fuga e de perseguição.

    Quando olho, deixo-me consumir no meu olhar sobre o outro e me esqueço da angústia que sou. Quando sou olhado, resigno-me à angústia que sou. Quando olho, perco-me no ser olhado e esqueço-me de mim-angústia. Quando sou olhado, lembro-me do meu ser-nu, minha falta de fundamento, e me devolvo à minha angústia

    Em suma, o olhar é um instrumento de nossa fuga ou de nossa busca. Ele define sempre qual a nossa posição frente à nossa situação concreta: se olhamos, subjugamos; se somos olhados, resignamo-nos. Mas isso é o direito e o avesso do mesmo movimento: fugindo ou perseguindo, lembrando ou esquecendo, o propósito é um só: superar a angústia, essa pulsação do ser sem fundamento que somos.

    Os conceitos básicos, instrumental teórico para a análise da experiência do olhar contida no Grande Sertão: Veredas, serão retirados da obra O Ser e o Nada, de Jean-Paul Sartre. Este texto entrelaça a “tristeza quinhoã”, de Riobaldo, e a angústia Roquintin, descritas por Guimarães Rosa e Jean-Paul Sartre. Aquele me forneceu a matéria bruta do sertão, e este me propiciou a ferramenta teórica para a análise.

    Autor(es)

    SEBASTIÃO TROGO

    Nasceu em 24/09/1928. Estudou no Seminário Santo Antônio de Juiz de Fora e no Seminário Maior de Mariana. Foi professor em Rio Preto-MG de Latim e Português. Graduou-se em Direito na UFJF e em Filosofia na UFMG, onde defendeu o Mestrado em Filosofia da Ética. Doutor em Filosofia pela Université Catholique de Louvain. Publicou em revistas acadêmicas no Brasil e no exterior. Foi Diretor e professor da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete-MG; Professor Titular na PUC-MG, Professor Adjunto na UFMG. Publicou em 2011 “O Impasse da Má- -Fé na Moral de J. P. Sartre” e “Direito, Filosofia e Arte. Ensaios de Fenomenologia do Conflito”.

    Sumário

    INTRODUÇÃO

    1 A CONSCIÊNCIA

    2 ESQUEMA DA ESTRUTURAÇÃO DA CONSCIÊNCIA

    3 GRANDE SERTÃO: VEREDAS

    4 GUIA PARA O LEITOR QUE NÃO CONHECE GRANDE SERTÃO: VEREDAS

    5 PERSONAGENS

    PRIMEIRA PARTE

    Capítulo I O PROBLEMA DO OUTRO

    1 O "COGITO AMPLIADO"

    2 A "ESTRUTURA MAIS FUNDAMENTAL"

    3 UM CONSELHO DE DE WAELHENS

    4 "DESEXISTIR"

    5 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

    6 SARTRE E A CRÍTICA

    7 O PARA-OUTRO

    8 A INTUIÇÃO SARTREANA

    9 CONSCIÊNCIA DE NÃO SER A COISA

    10 O CONCEITO DO NADA

    11 A AUSÊNCIA

    12 A EXISTÊNCIA DO OUTRO: UM PROBLEMA DA REFLEXÃO

    13 O ENS CAUSA-SUI

    Capítulo II A NADIFICAÇÃO

    1 A EXPERIÊNCIA DA INTERROGAÇÃO

    2 A ANGÚSTIA

    3 A EXPERIÊNCIA DA ANGÚSTIA EM RIOBALDO

    4 A MÁ-FÉ

    5 FAZER DE CONTA: UMA AÇÃO DA MÁ-FÉ

    Capítulo III A REFLEXÃO

    1 A BUSCA DE FUNDAMENTO

    2 AS EK-STASES

    3 O PROCESSO REFLEXIVO

    3.1 O Regime do Espontâneo

    3.2 Os Níveis da Consciência

    4 A PRIMEIRA EK-STASE

    5 A SEGUNDA EK-STASE

    6 A TERCEIRA EK-STASE

    SEGUNDA PARTE

    INTRODUÇÃO

    Capítulo IV O OLHAR

    1 O EXERCÍCIO DO OLHAR

    2 O JULGAMENTO DO OLHAR

    Capítulo V A LINGUAGEM COMO DESDOBRAMENTO DO SER-PARA-OUTRO

    1 INTRODUÇÃO

    2 O PAPEL PERVERSIVO DA LINGUAGEM

    3 A PERVERSÃO NO NÍVEL LEXICAL

    4 A PERVERSÃO NO JULGAMENTO

    4.1 A Defesa de Zé Bebelo

    4.2 A Partida de Zé Bebelo

    5 A PER-VER-SÃO NO PACTO

    6 A PER-VER-SÃO ENQUANTO TRA-VES-SIA

    6.1 Perversão pela Conversação

    6.2 Espacialidade e Temporalidade como Fatores Perversivos

    6.3 A Rapsódia dos Nomes Próprios

    6.4 O Demônio Per-Ver-Si-Vo

    Capítulo VI O OLHAR GENITOR

    1 INTRODUÇÃO

    2 O CAMPO PATERNAL

    3 A CORAGEM, A VIRTUDE DO PAI

    4 A INVENÇÃO DO PAI

    4.1 Seô Habão

    4.2 Seo Ornelas

    4.3 Nhô Constâncio Alves

    4.4 Um Filho Contra os Olhos Paternos

    4.5 Os Pais Menores

    5 ZÉ BEBELO

    6 HERMÓGENES

    CONCLUSÃO

    REFERÊNCIAS