Terra da Longa Noite, A - Uma Aventura Sobre Trenós e Esquis no Inverno da Lapônia 1899 - Coleção Diários de Viagem

Uma amostra da vida em uma das regiões mais inóspitas do planeta: a Lapônia

A Terra da Longa Noite transporta o leitor para o coração gélido da Lapônia, onde o explorador Paul Du Chaillu enfrentou o desafio de viver durante a noite polar, adaptando-se aos costumes do Ártico e documentando com minúcia as estratégias de sobrevivência do povo Sami.

Du Chaillu narra sua jornada desde a Suécia até o mítico Cabo Norte, descrevendo paisagens dominadas pela neve e o frio cortante que exige técnicas ancestrais de adaptação, tendo as renas como animais centrais desse estilo de vida, fornecendo do alimento às roupas.

O livro detalha a impressionante arquitetura das habitações Sami, construídas para reter calor mesmo nas piores tempestades, e os sistemas de cabanas de abrigo que pontuam as rotas geladas.

Página após página, a Lapônia surge como um mundo à parte, onde as leis da natureza ditam as regras e a solidariedade humana se torna questão de vida ou morte. As portas que nunca se trancam, os banhos a vapor revigorantes, as roupas de pele que protegem do vento cortante, tudo revela um conhecimento acumulado por gerações.

Das montanhas ao Oceano Ártico, a narrativa de Du Chaillu transborda afeto, amizade e respeito, tanto dele para com os nativos como dos Sami para com o seu novo amigo, de quem cuidam com muito zelo e apreço.

Mais que um registro histórico, A Terra da Longa Noite é um mergulho no desafio extremo de viver onde o sol desaparece por meses, onde o branco domina a paisagem e onde o calor humano é a principal estratégia de sobrevivência.

Boa leitura!

PAUL DU CHAILLU

Explorador e naturalista franco-americano de origem controversa. As fontes sugerem nascimento nas Ilhas Reunião ou em Nova Orleans entre 1831 e 1835. Era filho de um comerciante francês com uma mulher africana escravizada. Na idade adulta, radicou-se nos EUA. Educado por missionários protestantes, desenvolveu interesse precoce pela história natural. Suas expedições ao Gabão (1856-1859) revolucionaram a zoologia: foi o primeiro cientista a observar gorilas em estado selvagem e a comprovar sua existência, conquistando reconhecimento da Royal Geographical Society, apesar do racismo que enfrentava entre os cientistas que buscavam desacreditar seus artigos e livros. Posteriormente, dedicou-se ao estudo da Escandinávia, documentando culturas Sami e a era viking. Morreu em 1903 em São Petersburgo durante pesquisas antropológicas, vítima de derrame cerebral. Deixou uma obra diversa que inclui relatos de viagem, estudos etnográficos e livros científicos, além de ficção e histórias infantis, totalizando aproximadamente 30 títulos publicados.